quarta-feira, 30 de junho de 2010

COMEÇAR - NÃO ECONOMIZE CARINHO

              As pessoas deveriam começar agindo:  elogiando e não economizando carinho em todos os instantes desta beleza e imensidão da vida. Por que isso? ...

               Hoje, vivemos tempos em que é preciso olhar nos olhos e expressar nosso apreço - deixar para dizer algum dia o quanto ama alguém enquanto passa os anos apontando os seus pequenos defeitos gera uma vida de terror. O reflexo disso vem na forma de filhos rebeldes, violência urbana e familiar e gastrites prestes a virar úlceras.

               Se você sonhou um dia em ter o toque de Midas, observe algumas famílias do seu convívio: nos porões das relações, seja em casas pobres ou ricas, vê-se a dor da ausência. É o "toque de afeto" que produz a riqueza moderna.

               O ato de consumir jamais se sacia. O que preenche uma vida pode ser carregado nas mãos que acarinham, mas não cabe numa mansão vazia de olhares.

                Grosso modo, podemos dividir as pessoas com quem convivemos em dois tipos: as que se ajustam a nós e aquelas às quais nos ajustamos. Por incrível que pareça, a maioria das pessoas prefere ter de se ajustar a você. Elas preferem seguir a liderar. Por isso, aqueles que escolhem relacionar-se conosco de maneira a querer nos ajustar devem ser valorizados. Nossos chefes, pais e professores nos ajudarão a ficarmos mais seguros de nossas posições, corrigindo-as a tempo de sermos mais felizes.

                Quem está a lhe podar tem uma função na sua evolução. Diz o ditado que o mestre só aparece quando o discípulo está pronto.  Aceite que pode ser uma pessoa melhor.

                Você pode estar pensando em alguém e concluindo: "Você diz isso porque não conhece lulano!" Ninguém nesta vida é como o cão que come a ovelha: só a morte o detém e, na derradeira hora, ainda volta os olhos para o rebanho. Por outro lado, não tripudie da fragilidade do outro só porque o conhece. Poupe espinhos à ferida daqueles que ama, mesmo que o incite o sentimento de vingança.

               Não puxe para baixo seu semelhante como fazem os caranguejos. Quem já caçou esse crustáceo sabe de seu comportamento curioso: não é preciso tapar o cesto se houver nele mais de um caranguejo, pois eles puxam uns aos outros para o fundo, e nenhum consegue fugir.

               Também não se deixe tomar também pela indiferença. Você não se aproxima do seu ideal mantendo-se à distância das pessoas.

                O ponto nevrálgico da sua mudança não deve ser o radicalismo nem a indiferença. Pequenos gestos de perdão contêm grandes significados e mexem com as pessoas.

                 Por natureza, nascemos entrelaçados uns aos outros: aos nossos familiares, colegas e amigos. Devemos aprender a nos entrelaçar, não como os caranguejos, mas como o linóleo, tecido feito de juta embebida em óleo de linhaça e cortiça pulverizada. O óleo, que representa nossa capacidade de nos relacionar com suavidade, serve de liga, e permite que os tapetes feitos desse tecido se tornem longos e belos, servindo de decoração. Quando os sentimentos se alinham, em harmonia, a beleza brota no ambiente, e todos os cenários da sua vida se ajustam.

              
              

              

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