segunda-feira, 26 de julho de 2010

DESEJO SAGRADO

         Não o digas a ninguém, só aos sábios,
 
         Porque a turba imediatamente zomba.

         Quero exaltar a vida

         Que deseja a morte pelo fogo.

         No refrigério das noites de amor,

         Que te gerou, em que tu geraste,

         Sensação estranha te sobrevém,

         Quando brilha a vela silenciosa.


         Não ficas mais encerrado

         No sombreamento das trevas,

         Novo anseio te arranca

         Para superior acasalamento.


         Nenhuma distância te faz difícil,

         Vens voando e fascinado,

          E finalmente, ávido de luz,

          Ficas queimado qual mariposa.


          E enquanto tiveres

          Este: morre e sê!

          És apenas um hóspede sombrio

          Sobre a terra escura.



                (Goethe)

    

Nenhum comentário:

Postar um comentário