segunda-feira, 26 de julho de 2010

FLORES DA VIDA

          Qual flor delicada que surgiu na primavera,
          poderá resistir às frias brisas
          da maturidade do outono?
          Qual coração aquecido pelas chamas
          das ardentes paixões,
          aprenderá, um dia, a pulsar
          pelo calor afetivo do suave amor?
          Que existe este dia.
          Que ele despreze o tempo dos calendários,
          que ele comungue com a eternidade.
          Que seja escrito na alma.
          E então ele não será como pluma
          a se puder no vento do destino.
          Não será escravo do acaso,
          mas terá vida própria e sua busca
          será vínculo entre almas,
          será aliança consolidada por um olhar.
          E estes olhares haverão de se buscar,
          depositários deste mistério.
          Serão olhos depositários de lágrimas,
          serão olhos de molduras de sorrisos.
          Serão promessa de inquietação e paciência,
          inspiração para a esperança.
          E esta será a musa
          que há de unir letras em sílabas
          e estas em palavras
          para, em pacto com o Criador,
          organizaram-se no corpo do leve poema.

                  
                    Gilberto Brandão Marcon

      

     
     

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