terça-feira, 3 de agosto de 2010

DESEJO SAGRADO (Poema de Goethe)

"Não digas a ninguém, só aos sábios,
  Porque a turba imediatamente zomba.
  Quero exaltar a vida
  Que deseja a morte pelo fogo.

  No refrigério das noites de amor,
  Que gerou, em que tu geraste,
  Sensação estranha de sobrevém,
  Quando brilha a vela silenciosa.

  Não ficas mais encerrado
  No sombreamento das trevas,
  Novo anseio te arranca
  Para superior acasalamento.

  Nenhuma distância te faz difícil,
  Vens voando e fascinado,
  E finalmente, ávido de luz,
  Ficas queimado qual mariposa.

  E enquanto tiveres
  Este: morre e sê!
  És apenas um hóspede sombrio
  Sobre a terra escura."


            (Goethe)

Nenhum comentário:

Postar um comentário