"No alto da escarpa, além, escorre e brilha
um leve, pequenino manancial:
é, entre rochas, uma fina estilha
de prata com sonidor de cristal.
Filha do morro, a fonte, boa filha,
agarra-se teimosa ao chão natal,
à trama das raízes, à escumilha
das ervas, aos farpões do pedregal.
Doce água! Aquele que a tomasse à fonte,
após lenta ascensão por duro monte,
esse a pudera julgar, enfim;
mas, não merece tanto esforço: escorre
abandonada e no abandono morre...
-Dentro de nós, nos mananciais assim...
(Publicado no livro: Lâmpada antiga: versos (1924):Poema integrante da série Um punhado de Sonhos - 'Amadeu Amaral').
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