sexta-feira, 3 de setembro de 2010

DEIXE-ME GOSTAR DE VOCÊ!



(Fátima Irene Pinto)



Deixe-me gostar de você feito criança porque descobri que é o único jeito que consigo gostar de verdade, sem confusão, sem hipocrisia.






Deixe-me gostar de você da forma mais simples, sem porquês, sem perguntas, sem articulações.


Se eu ou você pensarmos muito e nos colocarmos sob o crivo da razão, teremos que ver entre as nossas qualidades também os nossos defeitos.






Teremos que ver a treva que coabita com a nossa luz.


Então deixe-me gostar de você como criança.


Criança gosta sem pensar.






Deixe-me gostar de você sem cobranças, sem compromissos que não sejam aqueles que nós dois estabelecemos para nós mesmos e não aqueles que os homens inventam que devemos seguir à risca, toda vez que resolvemos gostar.






Deixe-me gostar de você da forma mais inocente que eu puder.


Neste gostar permita-me descartar toda a cultura, filosofia, modismos, conceitos ou preconceitos, dogmas, todo e qualquer mandamento ou imposição que venham de fora.


Quero apenas ouvir meu coração, assim como quero que você ouça o seu.






Se eu ficar com você um minuto, uma semana, um mês ou um ano,


que seja pelo real prazer de ficar,


pois aprendi que não é a duração,


mas a qualidade que transforma um único minuto numa experiência com gosto de eternidade.






Deixe-me gostar de você sem expectativa, sem planos para o futuro, sem gaiolas que limitem o meu querer porque o futuro é tão incerto e nunca é do jeito que pensamos.


Se nos gostarmos de verdade, é possível que haja muitas ações no presente, e é só isto o que verdadeiramente importa.






Acima de tudo, deixe-me gostar de você deixando-o completamente livre para ficar ou para partir.


Deixe-me gostar de você sem máscaras e sem verniz.


E se um dia eu disser adeus e partir,


creia, será no exato momento em que eu descobrir que já não sou mais capaz de me fazer ou de lhe fazer feliz.

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