segunda-feira, 13 de setembro de 2010

EM NOME DO AMOR

Fez-se latão, o que parecia cobre


Fez-se pobre, o meu galardão


Fez-se medíocre, o que parecia nobre


Fez-se podre, o que parecia são.






Fez-se fétido, o que rescendia à incenso


Fez-se amargo, o que parecia mel


Fez-se triste, o amor que parecia imenso


Fez-se inferno, o que parecia céu.






Fez-se de barro, os pés do ídolo amado


Fez-se borrão, em território imaculado


Fez-se profano, o altar de tantos cultos


Fez-se heresia, o que lograra ser santificado.






E assim, máscaras caídas, sorrisos desfeitos


Colocando à mostra, fealdades e defeitos


Mazelas, covardias, omissões, falsos conceitos...






Sepultados estão todos os sonhos e direitos


Secionado está finalmente o tumor


Que me corroia aos poucos...em nome do amor!



                        
                         (Fátima Irene Pinho)

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