sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A LINGUAGEM DOS OLHOS

Falta ainda a linguagem do gosto!


Que gosto terá sua boca quando colada na minha?


Que indizível prazer devo sentir ao te percorrer?


Que doce delírio sentir tua boca, todo o meu corpo morder...






Falta ainda a linguagem do tato!


Como será o entrelaçar das nossas trêmulas mãos?


O abraço tão apertado que poderemos ouvir nossos corações,


pulsando sôfregos e descompassados


em meio a tão arrebatadoras emoções...






Falta ainda a linguagem do cheiro!


Não o cheiro da minha ou da tua preferida colônia.


Mas o nosso cheiro, natural, hormonal, quase animal.


Falando da premência da entrega,


assim sem nenhuma cerimônia...






Porque eu já conheço a tua voz acariciante.


Porque eu já conheço a tua melancólica expressão.


Porque eu já conheço o teu complicado sentir.


Porque eu já conheço a tua férrea razão.






Mas que presunção a minha, eu achar que te conheço.


Não porque falte o tato, o olfato e o paladar.


Eu só poderei dizer que realmente te conheço


quando, olhos nos olhos, a tua Alma eu puder sondar.






(Fátima Irene Pinto)





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