terça-feira, 14 de dezembro de 2010

EM MIM MESMO

                                                          Em mim mesmo


          Cada degrau mais alto que subo, escalo,
dentro de mim e em direção a mim mesmo,
sinto-me mais sozinho, mais real, gente.

          O rosado e macio da pele se perdem.
          E no enbranquecer dos meus cabelos
              minha essência me chama e acode.

          Amigos e amantes, vejo-os mais longe
             pelo retrovisor do tempo, em acenos
          de mãos que precisei e não mais preciso.

          Na minha solidão perene sigo e aprendo.
             Introspecto e leio caminhos tortuosos.
          Leitura que bancos de escola não ensinam.

          Estudo sempre o que mestres ensinaram.
             Mas aprendo mais nas lições em mim.
             Nunca ódio ou amor. Apenas procura.

          Dançando pelos acordes em mim mesmo,
            uma orquestra entoa as notas a seguir.
            Estou chegando em cada dia, cada ano.

          O nirvana se aproxima. É o meu quintal.
            É quase hora de estar, morrer, sossegar.
          Bem-vinda a paz que abraça e abençoa.

          Estarei mais só que agora e que nunca.
             Deveras feliz, radiante, ensinando talvez.
        Porque a vida me ensinou a buscar a felicidade.

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