quinta-feira, 5 de maio de 2011

OPTANDO PELO PERDÃO

         Optando pelo perdão estaremos retirando de nossa casa íntima um elemento indesejável: o ressentimento. Ele só produz desequilíbrio e desarmonia interior. A opção pelo perdão limpa a mente de um dos mais nefastos inimigos de sua tranquilidade, e ela passa, então, a ter alívio, a ter leveza mental e a produzir uma saudável transformação na vida do indivíduo. Busque sempre no seu coração a bondade, a compaixão e a ternura para ter coragem de ver além do medo e da raiva. Tenha sempre a certeza de que cada um está no seu degrau evolutivo. Podemos estar abertos ou não para a prática do perdão.  No aspecto geral as pessoas necessitam ainda se abrirem para essa eficaz prática. Elas se encontram fechadas e muito poucas perdoam do fundo de sua alma.  Não existe o hábito do perdão no ser humano, por isso a imensidade de dores que ele guarda dentro de si mesmo. A mágoa é como um espinho cravado dentro do indivíduo; enquanto não o retirar, ele produzirá sofrimentos.  Esse hábito do não perdão deriva da predominância dos sentimentos ainda inferiores. O orgulho, a vaidade, o egoísmo, a violência, o ressentimento, etc, ainda persistem e isso produz resistência a hábitos virtuosos.

        Temos que considerar, no entanto, que a repetição constante do perdão levará ao desenvolvimento dessa virtude. Ela passará a integrar o patrimônio moral do indivíduo e, quanto mais exercitá-la, mais fácil serão as novas atitudes de perdoar. 
 
         Vendo os outros com o coração e procurando neles sinais de gentileza, estaremos produzindo uma predisposição para o perdão. No início não estaremos habituados a realizar essas observações, mas com o tempo será mais fácil. Podemos iniciar o perdão várias vezes ao dia, em pessoas que não são das nossas relações de amizade, até automatizar. 

          O autoperdão também está inserido nesses hábitos saudáveis para o ser humano. Perdoando a si mesmo terá condições de perdoar ao seu próximo. Muitas vezes somos extremamente críticos de nossas ações e não nos perdoamos por certos deslizes. Outras vezes, nos torturamos tão acerbadamente, que chegamos a produzir o complexo de culpa, o terrível remorso a consumir nossas defesas psíquicas.  Veja-se, portanto, com compaixão, e observe que você está , como os outros, realizando uma viagem de aperfeiçoamento. Não se perdoando, estará deixando de perdoar os outros, e não é esse o objetivo das leis da vida. A lei do perdão veio justamente para dizer ao ser humano que ele deve desinibir sua alma de quaisquer resquícios de remorso ou de ressentimentos. Ela estabelece um dos pontos importantes da felicidade humana: - o perdão para si e para os outros. Habitue-se, portanto, a perdoar. Faça do perdão a sua estrada de paz interior. Tenha a certeza de que o perdão é o fim de uma batalha consigo mesmo, com os familiares, com os amigos e inimigos. Significa aliviar a dor, curar a tristeza do coração e viver com mais compaixão e auto-respeito.

          A humanidade terrena ainda se encontra num patamar evolutivo regido pelo rescaldo dos atavismos inferiores.  Não atingimos ainda o degrau pleno das virtudes. Elas apenas estão se mostrando para nós, como a pedirem licença para arrumarem nossa casa mental.  Já é, no entanto, o início, uma promessa de felicidade humana. 



                               Pelotas, 5 de Maio de 2011.




                               Dr. José Pedro Granero
                                     Advogado
                                     OAB/RS - 73217
                               

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