Em mim mesmo
Cada degrau mais alto que subo, escalo,
dentro de mim e em direção a mim mesmo,
sinto-me mais sozinho, mais real, gente.
O rosado e macio da pele se perdem.
E no enbranquecer dos meus cabelos
minha essência me chama e acode.
Amigos e amantes, vejo-os mais longe
pelo retrovisor do tempo, em acenos
de mãos que precisei e não mais preciso.
Na minha solidão perene sigo e aprendo.
Introspecto e leio caminhos tortuosos.
Leitura que bancos de escola não ensinam.
Estudo sempre o que mestres ensinaram.
Mas aprendo mais nas lições em mim.
Nunca ódio ou amor. Apenas procura.
Dançando pelos acordes em mim mesmo,
uma orquestra entoa as notas a seguir.
Estou chegando em cada dia, cada ano.
O nirvana se aproxima. É o meu quintal.
É quase hora de estar, morrer, sossegar.
Bem-vinda a paz que abraça e abençoa.
Estarei mais só que agora e que nunca.
Deveras feliz, radiante, ensinando talvez.
Porque a vida me ensinou a buscar a felicidade.
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