segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PARA MEU CORAÇÃO BASTA TEU PEITO.

"Para meu coração basta teu peito,
 para tua liberdade bastam minhas casas.
 Desde minha boca chegará até o céu,
 o que estava dormindo sobre tua alma.

 Em ti a ilusão de cada dia.
 Chegas como o sereno às corolas.
 Escavas o horizonte com tua ausência.
 Eternamente em fuga com a onda.

 Eu disse que cantavas no vento
 como os pinheiros e como as hastes.
 Com eles és alta e taciturna, e intristeces
 prontamente, como uma viagem.

 Acolhedora como um velho caminho,
 te povoa ecos e vozes nostálgicas, eu 
 despertei e as vezes emigram e fogem
 pássaros que dormiam em tua alma."


                       (Pablo Neruda)
 
 

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