segunda-feira, 28 de junho de 2010

ABANDONE O PASSADO A CADA MOMENTO

              A morte já está acontecendo. Quer você a encare ou não quer você olhe para ela ou não, ela já esta presente. É exatamente como a respiração. Quando uma criança nasce, ela inala, ela inspira pela primeira vez. É o começo da vida. E quando um dia ela ficar velha e morrer, ela exalará.

              A morte sempre acontece com a exalação e o nascimento com a inalação. Mas a exalação e a inalação estão  acontecendo continuamente. Em cada inalação você nasce, em cada exalação você morre.

              Assim, a primeira coisa a ser compreendida é que a morte não está em algum lugar no futuro, esperando por você, como ela sempre foi pintada. Ela é parte da vida, ela é um processo contino - não no futuro, mas aqui, agora.

              Vida e morte são dois aspectos da existência, simultaneamente acontecendo juntos.

               Comumente, você aprendeu a pensar na morte como ela sendo contra a vida. A morte não é contra a vida - a vida não é possível sem a morte.

                A morte é o próprio solo sobre o qual a vida existe. Morte e vida são duas asas: o pássaro não pode voar com uma asa, e o ser não pode ser sem a morte. Assim, a primeira coisa é uma compreensão clara do que se quiser dizer por morte.

                A morte é um processo absolutamente necessário para a existência da vida. Ela não é o inimigo; ela é o amigo. Ela não está lá num lugar do futuro; ela está aqui, agora. Ela não vai acontecer; ela está sempre acontecendo. Desde que você está aqui ela tem estado com você. Em cada exalação ela acontece - uma pequena morte, uma morte pequenininha - mas devido ao medo nós a colocamos no futuro.

                A mente sempre tenta evitar as coisas que ela não pode compreender, e a morte é um dos mistérios mais incompreensíveis.

                Há apenas três mistérios: vida, morte e amor. Todos esses três estão além da mente.

                Assim, a mente torna a vida como algo garantido. Então, não há nenhuma necessidade de inquirir. Esse é um modo de evitar. Você nunca pensa, você nunca medita sobre a vida; você simplesmente a aceita, toma-a como coisa garantida. Ela é um tremendo mistério. Você está vivo, mas não pense que você conheceu a vida.

                Em relação a mortte, a mente usa outro truque; ela a adia. Aceitá-la aqui e agora seria uma preocupação constante. Dessa forma, a mente a coloca em algum lugar no futuro - então, não há pressa. Quando ela vier, nós veremos.

                E para o amor a mente criou substitutos que são amor. Algumas vezes você chama seu apego de amor, algumas vezes você chama sua dominação de amor esses são jogos do ego. O amor não tem nada a ver com eles. Na verdade, por causa desses jogos, o amor se torna impossível.

                Entre a vida e a morte, essas duas margens - da vida e da morte -, flui o rio do amor. E isso é possível apenas para uma pessoa que penetra profundamente na qualidade do estar vivo e se torna existencial, autêntica. O amor é para a pessoa que aceita a morte aqui e agora e não a adia. Então, entre essas duas, um lindo fenômeno acontece: o rio do amor.

                Vida e morte são duas margens. Existe a possibilidade de o rio de amor fluir, mas é apenas uma possibilidade. Você terá de materializá-la.

                 A vida e o amor estão presentes, mas o amor tem de ser materializado - essa é a meta do ser humano. A não ser que o amor se materialize, você perdeu - perdeu todo o sentido do existir.

                 A morte já está acontecendo, assim não a coloque no futuro. Se você não a coloca no futuro, não há sentido em se proteger da morte. A morte não a matou; ela esteve acontecendo durante o tempo em que você esteve vivo.  Está acontecendo exatamente agora, e a vida não é destruída por ela. Na verdade, devido a ela, a vida se renova a cada momento.

                 Quando as folhas velhas caem, elas abrem espaço para as novas folhas surgirem. Quando as flores velhas desaparecem, as novas flores aparecem. Quando uma porta se fecha, outra imediatamente se abre.  A cada momento você morre e a cada momento há uma ressurreição.

                  Uma coisa a ser compreendida sobre a morte é que a morte é a única certeza. Tudo o mais é incerto; pode acontecer, pode não acontecer. A morte é certa porque, no momento do nascimento, a metade dela já aconteceu.  Assim, a outra parte deve estar em algum lugar, o outro pólo deve estar em algum lugar no escuro.

                   Você não deparou com ele porque você tem medo; você não anda no escuro. Mas é indiscutível!  Com o nascimento, a morte se tornou uma certeza.

                    Uma vez que essa verdade indiscutível penetre sua compreensão, você fica relaxado.

                    Sempre que algo está absolutamente garantido, não há nenhuma preocupação.  A preocupação surge da incerteza.

                    Observe. Um homem está morrendo e ele fica muito preocupado. No momento em que a morte se torna certa e o médico diz. "a morte se torna certa e o médico diz"  agora você não pode ser salvo", ele leva um choque. Um calafrio percorre todo o seu ser.

                     Mas então as coisas se assentam e, imediatamente, as preocupações desaparecem. Se a pessoa tiver permissão de saber que vai morrer e que a morte  é certa, com essa certeza uma paz, em silêncio penetram - seu ser.

                          






             

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