quarta-feira, 23 de junho de 2010

UMA PALAVRA SOBRE PRIVACIDADE

             O tempo me faz pensar, interessante, hoje, neste momento - partiu de meu cérebro tangenciar um pouco sobre o titulo em epigrafe ou melhor diria assim: Quando começar a desenvolver autoconfiança, você deixará de esperar que todos queiram ouvir suas histórias e achará também a solidão mais aceitável. Parece-me, ou diria que Privacidade é parte muito importante de sua vida e necessária a seu próprio senso de bem-estar. Querer que todos compreendam e compartilhem de tudo o que você pensa, sente, diz e faz é uma atitude autovitimadora.  O ser humano é portador de sentimentos - emoções e o estado interior faz parte de nossa alma que nos alimenta, que nos mostra os caminhos... Há que bom alimentar a nossa alma!... nosso espírito, nossa vida na espiritualidade... Mas minha intuição,  diz-me que ... além do mais, não sentir necessidade de ser compreendido e manter privadas algumas coisas são maneiras de evitar ser tangido de um lado para outro lado pelas pessoas. Ah!... as pessoas, tudo é muito complicado.  Embora isto não seja uma defesa do comportamento do eremita, é uma sugestão de que encare de frente o direito pessoal que lhe assiste de privacidade, e de que encare ainda mais destemidamente aqueles que tentarem vitimá-lo, invadindo essas áreas ou, ainda pior, negando-lhe privacidade. Em uma passagem Henry David Thoreau, que viveu sozinho durante quase dois anos à margem da lagoa Walden, em seu livro Walden escreveu o seguinte sobre o sentimento de privacidade:  - particularmente achei interessante, por isso vou mencioná-la, neste instante.  ' sentimento de privacidade ' ...

                           Homens frequentemente me dizem: "Acho que o senhor deve sentir-se solitário aqui
                           e quer a companhia de pessoas... " Sinto a tentação de responder: "Por que deveria
                           me sentir solitário? Nosso planeta não está na Via Láctea? Acho sadio ficar sozinho
                           a maior parte do tempo. Estar em companhia, mesmo dos melhores, logo cansa e
                           gasta. Adoro estar só.

                
                Embora nem todos sejamos Thoreaus, e este seja um outro século, as observações dele são ainda mais apropriadas hoje. Você não tem que circular em volta dos demais ou tê-los sempre compartilhando de sua vida e compreendendo para se sentir realizado. Na verdade, tornar-se-á vítima se alimentar esses tipos de expectativas ou se permitir que outros em sua vida as imponham a você. É preciso um pouco de coragem para insistir na privacidade, especialmente quando as pessoas dizem que o desejo de tê-la é uma maneira de rejeitá-las. É uma inutilidade tentar explicar isso à maioria das pessoas. Você tem simplesmente que, com seu comportamento, exercer seus direitos e, fazendo isto com bastante frequência, ensinar aos demais como quer ser tratado. Se apenas falar sobre isso e analisá-lo até a morte, sentir-se-á, com toda probabilidade, vitimado e acabará por desistir de sua privacidade. Por exemplo, eu neste instante, fiz uma pausa do que estava fazendo, e passei a contemplar de minha janela do escritório, a beleza, incontida da lua. Sabe... eu nunca havia feito isso... ' é extraodinária, deliciosa, e nos seres humanos, nunca paramos para nada nesta vida, nunca contemplamos nada, absolutamente, nada. Alguns até deixam de exercer a mais deliciosa das coisas da natureza que é o simples cumprimento diário nas pessoas ...' Bom-Dia, Boa-Tarde e Boa-Noite.' - será que não é para não sentir o balbuciar de seus próprios lábios... será ... Bom vamos continuar nosso diálogo, porque preciso completar esse texto.. Você nunca será compreendido o tempo todo. Você deverá recordar-se do que representa a solidão existencial, que ninguém jamais o compreenderá o tempo todo e que tampouco você pode fazer isso. Seu cônjuge fará coisas que não compreenderá, os filhos serão enigmas desnorteantes durante toda a vida deles, políticos dirão e farão coisas em que você jamais acreditaria e pessoas continuarão a ser desapontadas e a desapontar até que nasçam dentes em galinhas. Se espera que pessoas compreendam tudo que você diz ou faz, sentir-se-á não só decepcionado a maior parte do tempo, mas também vitimado. Não pense que tem que protestar em voz alta contra atitudes e comportamentos de pessoas, que podem achar irritantes mas que não o estão prejudicando. Simplesmente, encolha os ombros e esqueça isso. Se está numa festa que não aprecia, pode dizer a si mesmo. "Todo mundo aqui pode sentir-se obrigado a conversar bobagens e se vestir esquisito, mas não eu, e fico satisfeito com isso." Você pode ir embora ou divertir-se sendo mudamente eficiente. Mas não tem que dar grande importância ao comportamento dessas pessoas, ficar barulhento, ofensivo, e acabar machucando-se e machucando também os demais. Um encolher de ombros e um "E daí? " para você mesmo e terá tirado de letra a situação. Essa é a marca da não-vítima, não da pessoa falsa, apenas uma pessoa que não tem necessidade de informar a todo mundo onde está, o tempo todo, o que faz ou deixou de fazê-lo em dado instante ou momento.

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