quinta-feira, 24 de junho de 2010

JUÍZOS DE VALOR

             Devemos falar de Juízos de Valor - tais Juízos de Valor são vitimadores apenas quando nos impedem de desfrutar os momentos presentes ou quando nos fornecem desculpas inerentes para nos comportarmos de maneiras autodestrutivas. Juízos sobre a realidade que não nos vitimam, e que apreciamos, certamente merecem ser feitos, enquanto soubermos que são opiniões e não a realidade em si. A palavra bela, por exemplo, é usada em juízos sobre a realidade e achar uma flor bela, ou agradavelmente perfumada, e em seguida desfrutá-la, é sensacional. Analogamente, rotular comportamento de bom, emocionante, maravilhoso, fabuloso, majestoso, refinado, carinhoso, excitante ou de milhares de outras qualidades não é absolutamente vitimador. Mas devem ser contestados e erradicados os juízos que nos mantêm imobilizados, que são confundidos com a realidade ou que tendem a pôr a culpa pelo que somos nos outros, em Deus, ou no mundo.

              Examine com atenção o mundo e as pessoas que nele vivem. Note como o mundo funciona, observe atento todos os elementos que constituem o que chamamos de realidade. O que quer que veja, esforce-se pzra não se deixar vitimar por ela. Nosso planeta funciona de maneiras bastante previsíveis, como também as pessoas que aqui residem. As não-vítimas autênticas são aquelas que não se metem num bocado de brigas inúteis, que fluem com a corrente em vez de tentar detê-la e que tranquilamente amam e apreciam sua estada por aqui.

               A realidade que vê torna-se muito interessante quando pára para desfrutá-la. Se está num deserto, o lugar é quente e arenoso. Ora, se quiser, você pode combater mentalmente esse fato, ou queixar-se, mas o deserto continuará a ser quente. Mas você tem também a opção de olhar em volta com novos olhos e começar a apreciar o deserto pelo que ele é. Pode sentir-lhe o calor e deixar que penetre em seus poros. Pode ver e ouvir pequenos lagartos correndo por toda a parte, apreciar uma flor de cacto, observar um falcão voando majestosamente. Há centenas de maneiras de apreciar o deserto se não o achar chato, queixar-se do calor, desejar estar em outro lugar e sucumbir a toda a insensatez que ocorre quando se deixa vitimar pela realidade.

               Você pode experimentar uma tempestade de uma grande variedade de maneiras. Pode temê-la, esconder-se dela, condená-la, amaldiçoá-la, e todas essas opções o privarão da oportunidade de experimentar esse momento da vida de uma forma gratificante e realizada.  Mas, pode também descontrair-se, senti-la no corpo, escutá-la, cheirá-la, acariciá-la, e deliciar-se com a excepcionalidade de tudo aquilo que uma tempestade pode ser.  Quando a tempestade passar, você pode sintonizar com as aberturas nos céus quando novas nuvens se formarem, observá-las, notar como os ventos as tangem, acompanhar-lhes as formas mutáveis e, interminavelmente, apreciar a realidade de cada momento.

               Qualquer que seja a realidade - e você pode considerar a maioria de suas realidaddes como resultados de suas opções - você pode transformá-la numa experiência gloriosa ou ser vitimado, se não sintonizar com ela e julgá-la em termos irreais. Pense na lógica que há neste caso. Como é tolo permitir-se ser contrariado ou imobilizado por coisas quando sua perturbação não mudará coisa alguma. Você poderia ter exatamente a mesma reação à realidade não se deixando perturbar. A conclusão para a pessoa sensata é inescapável. Se você pode ser perturbado ou não pela realidade, sem que nenhuma dessas reações a influencie, resolver ficar transtornado é então simplesmente uma rematada loucura.

                Henry David Thoreau, à margem da Lagoa de Walden, escreveu: 


                                     "Nunca ajudei materialmente o sol a se levantar, mas, não duvide,
                                      foi da mais alta importância apenas estar presente."


                            Esta é a atitude da não-vítima. Esteja presente e aprecie. Reduza seu ritmo. Reconheça a insensatez de ficar perturbado com coisas que simplesmente são - coisas.  Deixe de pensar que há essa tal coisa de que simplesmente são. Deixe, por favor, ... deixe de pensar que há essa tal coisa de maus dias. Não se engane. Dias apenas são. A sexta-feira não se importa se você gosta dela ou não, continuará simplesmente a ser sexta-feira.  Suas opiniões a tornam ruim apenas para você. Ame-se, ... ponha a sua consciência, sua razão e contemple o canto dos pássaros, o brilho do sol, a escuridão da noite e ponha-se a olhar as estrelas na imensidão do Universo; ... meu querido amigo (a), nosso ser - faz parte dessa beleza da natureza, seja feliz é o que desejo das profundezas de minha alma... que assim seja.

                                                                                                           José Pedro Granero

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